BDSM e os fatores biológicos em jogo
Novos estudos indicam como funciona o organismo dos praticantes

Hoje quero falar de um novo estudo que traz algumas novidades sobre os fatores biológicos em jogo quando se pratica o BDSM. Esse estudo, chamado "The Biology of BDSM: A Systematic Review" acabou de ser publicado no The Journal of Sexual Medicine.
Um lembrete antes de irmos ao ponto: quando falamos em BDSM estamos nos referindo à práticas consensuais. Tudo o que não for consensual é abusivo e não é BDSM, ok?
Vamos aos achados:
Hormônios Periféricos
Estudos indicaram que os níveis de cortisol nos praticantes submissos aumentam durante a prática, assim como os endocanabinóides - nosso sistema de comunicação com as células do corpo.
O cortisol é o hormônio do estresse, mas ele também está ligado ao prazer, assim como o endocanabinóide.
Ou seja, os cientistas especulam que o BDSM de alguma forma interfere no sistema de prazer e recompensa dos praticantes.
Limites de Dor
Não é surpresa dizer que os praticantes com o papel de submissão têm maior tolerância à dor. Algumas pesquisas ainda sugerem que o limite de dor pode
aumentar temporariamente depois de uma experiência de BDSM.
Imagem Funcional do Cérebro
Ainda são necessários mais estudos sobre que partes do cérebro ficam ativas durante uma prática de BDSM, mas há algumas especulações, como:
- partes do cérebro relacionadas ao prazer e recompensa são ativadas
- partes do cérebro relacionadas à percepção da dor também são ativadas
- partes do cérebro relacionadas às interações sociais e sexuais também são ativadas
Embora ainda haja muito estigma, a imagem que se tem do BDSM tem mudado. Como eu já disse outras vezes, hoje podemos afirmar que a prática é mais comum do que se imagina e uma forma saudável de intimidade.
Gostou do assunto? Quem me acompanha sabe que BDSM é um tema que gosto de abordar e já fiz vários conteúdos sobre a prática aqui no blog e nas redes sociais. e inclusive já até falei sobre isso num programa do Conversa Com Bial.